quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Eça de Queirós - O Crime do Padre Amaro

O livro nos conta a história de Amaro, um menino que vivia em uma casa rica quando pequeno por seus pais trabalharem lá de empregados, e a mãe de Amaro era muito amiga da patroa. Aos seis anos, Amaro ficou orfão e foi criado pela marquesa que desde sempre quis que ele fosse parte da igreja. Ele também era ótimo mentiroso já que vivia mais com as criadas da marquesa do que com a própria marquesa, e elas sempre o colocavam em suas intrigas.
  Após a morte da marquesa, Amaro recebe um testamento que expressa a vontade da marquesa de que ele, aos quinze anos, entrasse no seminário e se ordenasse padre. Já crescido, ele vai à Lisboa a procura de uma vida melhor e lá encontra a filha da finada marquesa, que casou-se com um conde influente e por isso conseguiu a Amaro a nomeação de pároco de Leiria, onde o atual padre, José Miguéis, estava morto. Amaro manda ao cônego Dias que lhe providenciasse um local para ficar e o cônego o manda para a casa de S. Joaneira, onde também vivia uma moça, Amélia, filha de S. Joaneira. Certa vez, quando vai buscar água, Amaro se depara com a visão de Amélia se despindo, no que ela viu e correu para seu quarto. Amélia e Amaro ficavam mais íntimos a cada dia. No entanto, Amélia recebe uma proposta de casamento de João Eduardo, e ela aceita, mesmo que seu coração contradiga sua decisão. Entretanto, João Eduardo tem ciúmes do padre e tenta dar um jeito para que o padre suma de sua vida, sem sucesso, e some.
  Mesmo assim, Amaro arranja com o sineiro um quarto para que, de acordo com ele, pudesse orientar em segredo uma jovem que quer ser freira. Pelo menos uma vez por semana, Amaro e Amélia se encontram lá.
  Amélia então, após um tempo, se encontra grávida. Procuram casá-la com alguém, mas ninguém sabe onde João Eduardo está, de forma que mandam a criada Dionísia à procura do rapaz, o que faz Amaro ter uma crise de ciúmes e esbofetear sua amante, embora seja o próprio Amaro que descubra a localização de João Eduardo e vai correndo contar à sua amada, que agora não quer mais saber de Amaro.
  Finalmente, o filho de Amélia nasce e agora Amaro não sabe o que fazer - se dá a criança a uma ama cuidar ou se entrega à Carlota - uma moça que adota crianças rejeitadas e depois dá fim a elas. Finalmente, se decide por entregar à Carlota. Quando a criança nasce, Dionísia distrai Amélia para que pudessem pegar seu filho e Amélia, insistindo para ver seu filho, acaba morrendo. Ao voltar de um batizado na Igreja, Amaro é informado da morte de Amélia. Desesperado, corre até Carlota para que pudesse salvar o filho, mas é tarde demais - a criança já estava morta. No final do livro, Amaro parte de Leiria. Tempos depois, Amaro encontra com o cônego Dias e conversam animadamente, como se nada disso tivesse ocorrido algum dia.

EÇA DE QUEIRÓS - BIOGRAFIA

Eça de Queirós foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa. O escritor participou de um período de mudança, em que o romantismo dava lugar ao realismo. Na primeira fase da sua carreira, produziu obras com influência romântica. O realismo aparece nas narrativas da segunda fase. Na terceira e última, Eça apresenta textos mais imaginativos, testando os limites do estilo literário. 
“O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” são duas de suas obras mais importantes. Com temática crítica, o autor causou polêmica na sociedade portuguesa da época e foi condenado pela Igreja Católica. 
PERSONAGENS
As personagens principais são:
  • Amaro: Tornou-se padre por vontade da Marquesa, que o criou, mesmo que não tivesse vocação alguma para isso. Sempre justifica suas violações das regras com um discurso religioso.
  • Amélia: Uma jovem atraente aos olhos do padre Amaro. Os crimes do padre foram engravidar Amélia e entregar a criança à uma assassina de bebês. Amélia morre de uma hemorragia pós-parto.
  • João Eduardo: Jovem escrevente, apaixonado por Amélia, sofre pelo amor que dedica à ela.
  • Cônego Dias: Mantêm uma relação criticável com a mãe de Amélia, a S. Joaneira.