Após a morte da marquesa, Amaro recebe um testamento que expressa a vontade da marquesa de que ele, aos quinze anos, entrasse no seminário e se ordenasse padre. Já crescido, ele vai à Lisboa a procura de uma vida melhor e lá encontra a filha da finada marquesa, que casou-se com um conde influente e por isso conseguiu a Amaro a nomeação de pároco de Leiria, onde o atual padre, José Miguéis, estava morto. Amaro manda ao cônego Dias que lhe providenciasse um local para ficar e o cônego o manda para a casa de S. Joaneira, onde também vivia uma moça, Amélia, filha de S. Joaneira. Certa vez, quando vai buscar água, Amaro se depara com a visão de Amélia se despindo, no que ela viu e correu para seu quarto. Amélia e Amaro ficavam mais íntimos a cada dia. No entanto, Amélia recebe uma proposta de casamento de João Eduardo, e ela aceita, mesmo que seu coração contradiga sua decisão. Entretanto, João Eduardo tem ciúmes do padre e tenta dar um jeito para que o padre suma de sua vida, sem sucesso, e some.
Mesmo assim, Amaro arranja com o sineiro um quarto para que, de acordo com ele, pudesse orientar em segredo uma jovem que quer ser freira. Pelo menos uma vez por semana, Amaro e Amélia se encontram lá.
Amélia então, após um tempo, se encontra grávida. Procuram casá-la com alguém, mas ninguém sabe onde João Eduardo está, de forma que mandam a criada Dionísia à procura do rapaz, o que faz Amaro ter uma crise de ciúmes e esbofetear sua amante, embora seja o próprio Amaro que descubra a localização de João Eduardo e vai correndo contar à sua amada, que agora não quer mais saber de Amaro.
Finalmente, o filho de Amélia nasce e agora Amaro não sabe o que fazer - se dá a criança a uma ama cuidar ou se entrega à Carlota - uma moça que adota crianças rejeitadas e depois dá fim a elas. Finalmente, se decide por entregar à Carlota. Quando a criança nasce, Dionísia distrai Amélia para que pudessem pegar seu filho e Amélia, insistindo para ver seu filho, acaba morrendo. Ao voltar de um batizado na Igreja, Amaro é informado da morte de Amélia. Desesperado, corre até Carlota para que pudesse salvar o filho, mas é tarde demais - a criança já estava morta. No final do livro, Amaro parte de Leiria. Tempos depois, Amaro encontra com o cônego Dias e conversam animadamente, como se nada disso tivesse ocorrido algum dia.
EÇA DE QUEIRÓS - BIOGRAFIA
EÇA DE QUEIRÓS - BIOGRAFIA
Eça de Queirós foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa. O escritor participou de um período de mudança, em que o romantismo dava lugar ao realismo. Na primeira fase da sua carreira, produziu obras com influência romântica. O realismo aparece nas narrativas da segunda fase. Na terceira e última, Eça apresenta textos mais imaginativos, testando os limites do estilo literário.
“O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” são duas de suas obras mais importantes. Com temática crítica, o autor causou polêmica na sociedade portuguesa da época e foi condenado pela Igreja Católica.
PERSONAGENS
As personagens principais são:
- Amaro: Tornou-se padre por vontade da Marquesa, que o criou, mesmo que não tivesse vocação alguma para isso. Sempre justifica suas violações das regras com um discurso religioso.
- Amélia: Uma jovem atraente aos olhos do padre Amaro. Os crimes do padre foram engravidar Amélia e entregar a criança à uma assassina de bebês. Amélia morre de uma hemorragia pós-parto.
- João Eduardo: Jovem escrevente, apaixonado por Amélia, sofre pelo amor que dedica à ela.
- Cônego Dias: Mantêm uma relação criticável com a mãe de Amélia, a S. Joaneira.