quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Prosa trovadoresca / de cavalaria

- Cronicões:
Pertencem ao gênero da Historiografia. Às vezes escritos em latim, consistem quase sempre em uma mera ordenação cronológica de eventos. Os Cronicões inauguraram o gênero historiográfico em Portugal

- Hagiografias:
As hagiografias referem-se, quase que exclusivamente, a relatos biográficos de santos. Tinham cunho religioso e finalidades catequéticas. Da mesma forma que os cronicões, algumas foram escritas em latim.

- Livros de Linhagem
Eram também chamados Nobiliários. Sua elaboração estava bastante relacionada a interesses da nobreza. A finalidade dos livros de linhagem era a de facilitar o estabelecimento de graus de parentesco, a fim de resguardar direitos patrimoniais e impedir casamentos proibidos pela Igreja Católica. Os Nobiliários continham longas listas com os nomes de pessoas das famílias nobres.

- Novelas de cavalaria:
As novelas de cavalaria originaram-se da prosificação das canções de gesta, que eram poemas de exaltação a feitos guerreiros. As novelas de cavalaria destinavam-se a um público aristocrático, e podem ser consideradas uma fiel expressão da vida medieval. De origem estrangeira – Inglaterra e França

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer.


Cantigas de amor:
As cantigas líricas provençais expressam o sentimento de amor do trovador
pela dama, que aparece sempre em posição superior, aristocrática e distante, enquanto ele canta apaixonado, implorando por seu carinho e dizendo as melhores qualidades de sua amada, que nas cantigas, é chamado de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). O
trovador é alguém que implora seus favores e sua atenção, não escondendo por
trás  das  sutilezas  da  linguagem,  todo  o  erotismo  do  desejo  amoroso.  O
relacionamento entre a dama e o trovador reflete o relacionamento entre o senhor e
o  vassalo  da  sociedade  feudal:  distância  e  extrema  submissão.  Esse
comportamento comedido do trovador, a obediência à sua senhora, o desejo de
servi-la,  tudo  isso  representa  o  amor  cortês,  característica  típica  da  poesia
trovadoresca. 

Cantigas de amigo:

Na cantiga de amigo, o foco é o outro
lado da relação amorosa: o drama é o da mulher: amar e ser abandonada, por causa
da guerra ou mesmo por outra mulher.  A palavra amigo pode significar namorado
ou amante. O trovador assume o eu-lírico feminino, ou seja, é a voz da mulher, que
expressa, de forma mais simples, os seus sentimentos, que sofre por sentir saudade
do amigo (namorado). É possível perceber a presença de diálogos. Isso acontece
porque a mulher nunca fala diretamente com seu interlocutor (o amigo), mas faz
confissões  à  sua  mãe,  suas  amigas  ou  até  mesmo  elementos  da  natureza:
pássaros, fontes, riachos e outros. Este tipo de cantiga, não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica.

Cantigas de escárnio:

Nas cantigas de escárnio, a sátira é construída indiretamente, por meio da 
ironia  e  do  sarcasmo  e  de  termos  ambíguos,  trocadilhos, em um processo que os trovadores chamavam "equívoco".  Criticava-se  e
ridicularizavam-se os costumes, acontecimento e pessoas, com produção satírica e
maliciosa, mas sem revelar nomes.

Cantigas de maldizer:

Já nas cantigas de maldizer, a linguagem é direta, agressiva, com intenção
difamatória.  Há  presença  de  palavrões  e  xingamentos.  O  ataque  é  direto, mas  o nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.